Senhor do Som


Em ‘Senhor do Som’, segundo single do novo álbum que sai em 2022, a experiente banda sergipana de reggae roots Reação faz uso da metalinguagem para exaltar o gênero musical que propagam e que também norteia todos os movimentos e pensamentos dos integrantes.

A música, assim como o single anterior ‘Negro de União dos Palmares’ e todas as outras faixas do novo disco, foi gravada no mítico estúdio Toca do Bandido, com produção de Felipe Rodarte, e chega às plataformas digitais pelo selo Toca Discos.

Ouça aqui: https://links.altafonte.com/pdkjblw.

‘Senhor do Som’ foi concebida a partir de uma vivência cotidiana de Junior Moziah (guitarra e voz) em Aracaju (Sergipe). Em uma manhã, de sua residência com destino a um compromisso burocrático, ele andou por diversas ruas da capital e tudo o que ouvia nas caixas de som de estabelecimentos e carros eram músicas comerciais, sem poesia, mensagem ou espiritualidade – nada de reggae.

“Foi quando diversos reggaes vieram à cabeça, com suas mensagens de construção, de intelectualidade, com questões sociais e sobre o trabalho em comunidade. No caminho, ouvindo as músicas nas rádios, queria que o radialista tocasse um reggae, e então surgiu a brincadeira do refrão: Ei, senhor do som! Toque o Reggae Roots, Senhor Brown”.

Uma brincadeira e, ao mesmo tempo, uma homenagem: Brown é uma alusão a Marrom, o atual percussionista da Reação Raízes do Reggae .

A melodia, a cadência e outras partes da letra foram compostas naquele mesmo dia em companhia de Ras Lau (baixo) e Wipsom (bateria).

E ‘Senhor do Som’ é a o mesmo tempo uma reverência ao reggae. É uma música para balançar o corpo e a mente. “Algo altruísta e holístico, juntos, para mexer o físico e o etéreo”, reflete Junior .

“O reggae não é só cadência rítmica, ele envolve força abstrata e metafísica envolvida. É só coisa boa tocando o ser humano. Tem que ouvir com carinho e devoção. É para acordar, levantar, se divertir e é uma terapia; serve para ir trabalhar, enfrentar os desafios”, ele completa sobre a carga emotiva e reflexiva presente em Senhor do Som.

A histórica banda Reação

Reação completa 21 anos de resistência e atividade musical neste mês de novembro de 2021. Mais do que um conjunto musical, é uma entidade do reggae roots, uma energia que pulsa por união e respeito de todos os povos.

Os caminhos que levaram a Reação à Toca do Bandido junto à Rodarte passam por personalidades de renome na música brasileira, como Marcelo Falcão e Julico (The Baggios), com quem o produtor também trabalha há anos.

“Lá atrás já tinha ouvido falar do Reação, cujo nome foi exaltado aqui na Toca pelo Julico durante a produção do terceiro disco da Baggios, o Brutown. Em 2018, o Falcão também mencionou o Reação, apontando-a como a ‘melhor banda de reggae roots do Brasil’”.

O convite para trazê-los ao Rio de Janeiro foi natural, lembra Rodarte. “Literalmente eles pegaram um ônibus em Aracaju e desembarcaram aqui. Foi um processo de muita energia, tudo gravado em exatos seis dias”.

Reação é uma banda na ativa desde 20 de novembro de 2000 que emana poder, uma banda que naturalmente – por meio das composições estridentes – clama por ser divulgada e clama por mais reconhecimento na música brasileira. O conjunto sergipano é, mais do que tudo, resistência e luta por uma sociedade mais adepta ao amor e igualdade.

Eles levam às músicas o sofrimento e as múltiplas vivências da comunidade onde vivem hoje, conhecido como Morro da Reação – antes Morro do Cruzeiro – em Aracaju (Sergipe). As letras trazem reflexões sobre a comunidade e buscam tanto representá-las como apresentá-las ao mundo. “As pessoas têm orgulho do que fizemos e o que fazemos na comunidade”, ressalta a banda.

Ali, na periferia de Aracaju, o Reação transformou vidas por meio do reggae – ‘música para transformar o ser humano’, este é o mantra que fortalece a banda, seja na frente social ou cultural. “Serve para lembrar do Deus que habita em nós”, completam.

Tudo começou em um vão de 4 por 4 metros e que com o passar dos anos se tornou um ponto de cultura no morro, um local em que a Reação ensaiava, proliferada a filosofia do reggae e engajar jovens a se envolverem com a música enquanto um guia espiritual e educativo para o futuro.

Dali o Reação ganhou as ruas de Aracaju, agitou shows pela cidade e extrapolou fronteiras – inclusive do Sergipe, sendo hoje uma banda que rodou diversos estados brasileiros. O primeiro disco veio apenas em 2008: Na Força da Fé, com quinze músicas.

Durante estes anos, a Reação provou de encontros cruciais para reafirmar sua missão no reggae, como a conversa com Marcelo Yuka em 2003, em Recife, durante Bienal da UNE, cujo incentivo é sentido até os dias de hoje pela banda. “Ele nos viu tocando e foi impactado, pediu ‘nunca mudem’, é algo que estamos digerindo até hoje”, lembra Junior.

Tiveram também encontros com Falcão em 2009, que mais tarde seria a ponte com Felipe Rodarte (Toca do Bandido) e a inusitada performance de Junior em 2018 com Tony Garrido e toda a Cidade Negra, durante um show da banda em Aracaju. Na ocasião, o vocalista do Reação subiu ao palco em duas oportunidades, muito devido ao carisma da plateia que fez Garrido convocá-lo a subir e cantar juntos. “Alinhado com Jah, tudo flui”, destaca Junior.

A Reação hoje é Junior Moziah (guitarra e voz), André Levi (voz), Ras Lau (baixo), Chico Ras (percussão), Adriano (teclado), Yuri (guitarra), Jil (guitarra), Pedrão (percussão) e Wipsom (bateria).

Mais informações: www.instagram.com/reacao.

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Crédito: Edu Freire

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Crédito: Edu Freire

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